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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Carlos Aboim Inglez



CARLOS ABOIM INGLEZ

Carlos Aboim Inglez, foi um intelectual comunista português, militante e dirigente do PCP, nasceu em Lisboa a 5 de Janeiro de 1930 e faleceu a 13 de Fevereiro de 2002, com 72 anos.

Foi estudante do Curso de Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, empregado de livraria e delegado de propaganda médica, Carlos Aboim Inglez empenhou-se desde muito jovem na luta antifascista, desenvolvendo intensa actividade em colectividades populares e tornando-se dirigente do Movimento Associativo Estudantil, do Movimento da Paz e do MUD-Juvenil.

Membro do PCP desde 1946 e funcionário do Partido na clandestinidade desde 1953, assumiu diversas responsabilidades, tendo estado preso nas cadeias fascistas, durante dez anos.
Esteve preso durante o regime fascista, altura em que tentou traduzir a "Fenomenologia do Espírito" de Hegel - tendo ficado pela "Introdução".

Tornou-se membro suplente do Comité Central em 1958 tendo passado a membro efectivo em 1974.
Foi membro do Executivo e do Secretariado da Direcção de Organização Regional de Lisboa e responsável pelo Sector Intelectual. Desde 1990 que era membro da Secção Internacional.

Aboim Inglez foi deputado à Assembleia da República e vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PCP e também deputado ao Parlamento Europeu.

Foi membro da Comissão Central de Controlo e Quadros e quando morreu pertencia ao Comité Central e à Comissão Central de Controlo.

Aboim Inglês preocupou-se, nos últimos anos de vida, sobre o tema da globalização, sob uma perspectiva marxista, articulando-a com a noção de fases na mundialização do capitalismo e a noção de imperialismo.

Poeta, mostrou grande interesse pela poesia portuguesa, como se nota no facto de incluir várias notas sobre poesia no "Avante!", como a respeito de Sá de Miranda, Camões ou Gil Vicente. Interessava-o as relações entre o pensamento materialista e a controvérsia medieval entre o realismo e nominalismo.

Quando morreu, pediu para ser cremado ao som do Coro dos Escravos da Ópera Nabucco, de Verdi.

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UMA GOTA NO CAUDAL

Sozinhos, que somos nós?
Gota de água diminuta
sumida da terra enxuta....
Nem a sede de uma boca
pode assim ser saciada,
porque sós não somos nada,
nem fonte de nenhum rio,
nem onda do mar ou espuma,
maré de coisa nenhuma.

Gota a gota a terra bebe.
rompe o ventre e verte um fio,
cresce a fonte e faz-se rio.
Quantas rotas tem o mar?
Quantas vagas a maré?
Quem as conta perde o pé.
Gota a gota. Cada é pouca.
Mas se a vida é una e vária
cada gota é necessária.

Mesmo sós sejamos sempre
uma gota no caudal,
diminuta, fraternal.

Carlos Aboim Inglez


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